São raros os casos de cânceres que se devem exclusivamente a fatores hereditários. O que é mais importante é o chamado fator constitucional, avaliado indiretamente pelos casos de câncer em parentes de primeiro grau. Assim, as principais causas de câncer estão nos fatores externos. O fumo é conhecido de todos como potente carcinógeno (causador de câncer). Vamos neste informativo falar sobre alimentos e câncer.
Muitos componentes da dieta alimentar têm sido relacionados com o processo de desenvolvimento de câncer, principalmente câncer de mama, de cólon (intestino grosso), de reto, de próstata, de esôfago e de estômago. Os nitritos, usados para conservar alguns tipos de alimentos, como picles, salsichas e alguns enlatados, se transformam em nitrosaminas no estômago. As nitrosaminas são potentes carcinogênicos. Já os defumados e churrascos são impregnados pelo alcatrão proveniente da fumaça do carvão, o mesmo encontrado na fumaça do cigarro e que tem ação carcinogênica conhecida. Os alimentos preservados em sal, como carne-de-sol, charque e peixes salgados, também estão relacionados ao desenvolvimento de câncer de estômago em regiões onde é comum o consumo desses alimentos. Outros tipos de alimentos, se consumidos regularmente durante longos períodos de tempo, parecem fornecer o tipo de ambiente que uma célula cancerosa necessita para crescer, se multiplicar e se disseminar. Esses alimentos devem ser evitados ou ingeridos com moderação. Neste grupo estão incluídos os alimentos ricos em gorduras, tais como carnes vermelhas, frituras, molhos com maionese, bacon, presunto, salsichas etc. Atenção especial deve ser dada aos grãos e cereais. Quando estes são armazenados em locais inadequados e úmidos, podem ser contaminados pelo fungo aspergillus flavus, o qual produz a aflatoxina, substância cancerígena. Essa toxina, juntamente com o vírus da hepatite B, está relacionada ao desenvolvimento de câncer de fígado.
Evidências epidemiológicas têm demonstrado que existe uma relação inversa entre o consumo de frutas frescas e vegetais e a incidência de cânceres originários em epitélios de revestimento da cavidade bucal, do esôfago, do estômago e do pulmão. Tem se evidenciado que a vitamina A protege contra o câncer da cavidade bucal, faringe, laringe e pulmão, e é possível que a vitamina E diminua o risco de se desenvolver o câncer. Embora a vitamina C bloqueie a formação endógena de compostos N-nitrosos no trato gastrintestinal, não há evidências de que a ingestão maior dessa vitamina possa prevenir o câncer intestinal.
Apesar da controvérsia, é recomendável a orientação para a adoção de hábitos dietéticos que além dos possíveis benefícios na prevenção do câncer tem comprovado efeito sobre outras doenças, como por exemplo a dieta rica em fibras, para o combate à prisão-de-ventre e a dieta com baixa ingestão de gordura e sal para o controle de doenças cardiovasculares.